quarta-feira, 1 de junho de 2011

O ódio a Israel



O ódio a Israel
Rodrigo Constantino
O GLOBO - 31/05/2011

“Não é possível discutir racionalmente com alguém que prefere matar-nos a ser convencido pelos nossos argumentos.” (Karl Popper)

As recentes declarações do presidente Obama reacenderam o debate sobre o confronto entre Palestina e Israel. Todos gostam de emitir opinião sobre o assunto, mesmo sem embasamento. Não pretendo entrar na questão histórica em si, até porque isso foge da minha área de conhecimento. Mas gostaria de colaborar com o debate pela via econômica.
Do meu ponto de vista, há muita inveja do relativo sucesso israelense. A tendência natural é defender os mais fracos. Isso nem sempre será o mais justo.


O antissemitismo é tão antigo quanto o próprio judaísmo. Os motivos variaram com o tempo. Mas, em minha opinião, não podemos descartar a inveja como fator importante. A prática da usura era condenada pelos católicos enquanto os judeus desfrutavam de sua evidente lógica econômica. Shakespeare retratou o antissemitismo de seu tempo em seu clássico “O mercador de Veneza”, em que Shylock representa o típico agiota insensível. Marx, sempre irresponsável com suas finanças, usou os judeus como bode expiatório para atacar o capitalismo. O nacional-socialismo de Hitler foi o ponto máximo do ódio contra judeus.

Vários países existem por causa de decisões arbitrárias de governos, principalmente após guerras. Israel é apenas mais um. Curiosamente, parece que somente Israel não tem o direito de existir. Culpa- se sua existência pelo conflito na região, sem levar em conta que os maiores inimigos dos muçulmanos vêm do próprio Islã. O que Israel fez de tão terrível para que mereça ser “varrido do mapa”, como os fanáticos defendem?


Israel é um país pequeno, c riado apenas em 1948, contando hoje com pouco mais de sete milhões de habitantes. Ao contrário de seus vizinhos, não possui recursos naturais abundantes, e precisa importar petróleo. Entretanto, o telefone celular foi desenvolvido lá, pela filial da Motorola. A maior parte do sistema operacional do Windows XP foi desenvolvida pela Microsoft de Israel.


O microprocessador Pentium-4 foi desenvolvido pela Intel em Israel. A tecnologia da “caixa postal” foi desenvolvida em Israel. Microsoft e Cisco construíram unidades de pesquisa e desenvolvimento em Israel. Em resumo, Israel possui uma das indústrias de tecnologia mais avançadas do mundo.


O PIB de Israel, acima de US$ 200 bilhões por ano, é muito superior ao de seus vizinhos islâmicos. A renda per capita é de quase US$ 30 mil. Apesar da pequena população e da ausência de recursos naturais, as empresas i sraelenses exportam mais de US$ 50 bilhões por ano. A penetração da internet é uma das maiores do mundo. Israel possui a maior proporção mundial de títulos universitários em relação à população.


Lá são produzidos mais artigos científicos per capita que em qualquer outro país. Israel tem o maior IDH do Oriente, e o 15º do mundo. Não custa lembrar que tudo isso foi conquistado sob constante ameaça terrorista por parte dos vizinhos, forçando um pesado gasto militar do governo. Ainda assim, o país despontou no campo científico e tecnológico, oferecendo enormes avanços para a humanidade.


Quando comparamos a realidade israelense com a situação miserável da maioria dos vizinhos, fica mais fácil entender parte do ódio que é alimentado contra os judeus. Claro q ue fatores religiosos pesam, assim como o interesse de autoridades islâmicas no clima de guerra. Nada como um inimigo externo para justificar atrocidades domésticas. Mas as gritantes diferenças econômicas e sociais sem dúvida adicionam lenha à fogueira.


Como agravante, Israel é uma democracia parlamentar, enquanto a maioria dos vizinhos vive sob regimes autoritários que ignoram os direitos humanos mais básicos. Isso para não falar das gritantes diferenças quanto às liberdades femininas. Israel não é um paraíso. Longe disso. Seu governo comete abusos que merecem repúdio. Mas, perto da realidade de seus vizinhos islâmicos, o contraste é chocante. Será que isso tem alguma ligação com o ódio a Israel e o constante uso de critérios parciais na hora de julgar os acontecimentos na região? O sucesso costuma despert ar a inveja nas almas pequenas, vide o antiamericanismo patológico que ainda sobrevive na esquerda latino-americana. Em tempo: O ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia deveria aprender com Israel como produzir tecnologia de ponta, com ampla abertura econômica e investimento em educação, em vez de tentar resgatar o fracassado protecionismo, no afã de estimular a indústria nacional.

RODRIGO CONSTANTINO- é economista. 

18 comentários:

Selma Cabral disse...

O povo brasileiro também pode aprender muito com o povo de Israel, que não se submete a desmandos e conluios, exige a dignidade e luta pelo que acredita

Reginna Sampaio disse...

Confio mais as palavras de Nelson Mandela "se você prestar atenção às sondagens israelitas ao longo dos últimos 30 a 40 anos, vai ver claramente um racismo grosseiro, com um terço da população a declarar-se abertamente racista. Este racismo é do tipo "Odeio os árabes" e "quero que os árabes morram". Se vo´cê também prestar atenção ao sistema judicial israelita, vai ver que há discriminação contra os palestinianos, e se considerar especialmente os territórios ocupados em 1967 vai ver que há dois sistemas judiciais em acção, que representam duas abordagens diferentes da vida humana: uma para a vida palestiniana, ou para a vida judia. ... Israel privou milhões de palestinianos da sua liberdade e da sua propriedade. Ele perpetura um sistema de discriminação racial e de desigualdade. Encarcerou e torturou sistematicamente milhares de palestininaos, em violação do direito internacional. Desencadeou uma guerra contra a população civil e em especial contra as crianças... eu não abaondono a diplomacia do Médio Oriente, mas não serei condescendente consigo como o são os seus apoiantes. Se você quer a paz e a democracia, apoiá-lo-ei. Se quer formalizar o apartheid, não o apoiarei. Se quer apoiar a discriminação racial e a limpeza étnica, conte com a nossa oposição." Nelson Mandela .. Mandela deve ser realmente um invejoso ...

Samuel Goldstein disse...

Reginna Sampaio, guardem esse nome. Você é uma profissional em gerar ódio e preconceito e incitar mais discórdia.

Você é aquela que divulgou, há dois meses, em seu perfil do facebook, uma foto de um soldado sirio, pisando em uma criança siria, e apostou a mentirosa legenda "IMAGEM QUE ACABA DE CHEGAR DA FAIXA DE GAZA" e criou e estimulou uma enxurrada de críticas de ódio a Israel.

Você é uma bandida desqualificada que distorce fatos, verdade e história para defender sua causa extremista e egoista. É gente como você, de ambos os lados, que é diretamente responsável pela matança e eterna discórdia na linha de frente.

Envergonhe-se de existir Reginna, você não faz bem a ninguém, os Palestinos não precisam de gente como você, eles já tem problemas suficientes.

Nelson Roberto R. Dos Santos disse...

Absurdo o que a Reginna Sampáio disse! é claro que houveram erros gravíssimos por parte do governo Israelense. Mas a guerra gera guerra, e o ódio gera ódio, tudo o que os Israelitas sempre quiseram foi o seu território, e viver as suas vidas.
Espero que apareçam mais pessoas como o Samuca, talvez assim esse mundo não sofra com tantas guerras. Não ao preconceito e ódio, e sim a liberdade e tolerância

Anônimo disse...

Regina Sampaio, estou contigo....Os dois lados estão errados: ISRAEL E OS PALESTINOS....Quem mais tem a perder com essa guerra são os Palestinos, desarmados, sem alimentos e com uma pobreza assustadora...Esse conflito ISRAEL-PALESTINOS serve para que Israel justifique seu avanço para dentro do território Palestino apoiado pelos Americanos. Vamos deixar de ser hipócritas e reconhecer que o ÚNICO BENEFICIADO COM ESSE CONFLITO E ISRAEL!

Sergio Dias disse...

A esquerdinha festiva tupiniquim continua na sua sede antiamericana. A inveja realmente envenena. É duro para os países islâmicos paupérrimos ou miseráveis conviverem com um vizinho tão desenvolvido e QUE FUNCIONA. Os que vivem em melhores condições (vide Emirados, por exemplo), não se misturam ao ódio dos furibundos e isso sem precisar de abrir mão de suas tradições islâmicas. Daí, pode-se concluir: o islamismo não tem nada com isso. O ódio é inerente à inveja e o desejo das castas furiosas em insuflar a guerra para justificar suas sandices. Parabéns Samuca!

Professora Nina disse...
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Anônimo disse...
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Raposo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Samuel Goldstein disse...

A tal professora NINA FALSIFICOU uma declaração JAMAIS escrita por mim e assinou por mim. O que é que eu posso dizer. No dia que ela mostrar um e-mail legítimo meu com um texto absurdo daqueles escrito, eu volto a publicar a mensagem da descontrolada nazista. Samuel

Anônimo disse...

IsraHELL =TERRORISTAS

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Nós podemos comparar (a situação palestina) com o que aconteceu em Auschwitz.

José Saramago - Escritor português

Anônimo disse...

Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós.

José Saramago

Adelino Faria disse...

Sr. Ricardo Samuel.
O ódio a Israel decorre dos próprios atos do governo, de sua IDF contra Gaza e das colonizações na West Bank +JO ao longo de décadas da existência dessa entidade sionista.
Nada a ver com antissemitismo ou racismo contra judeus ou religião judaica.
O muro da vergonha que separa Israel do lado Palestino, a pretexto de uma segurança contra atentados, é imoral e desumano, assim como as barreiras check points em tudo que é canto.
O sr. devia se envergonhar de ficar alardeando benesses de Israel, quando este seu país é sustentado pelos EUA e a corja sionista americana que domina essa nação. Seria novidade sim se Israel não produzisse nada a despeito de tanto financiamento que vem de lá, especialmente para a área militar. Israel hoje é mantido pelo Sionismo Internacional essa é a realidade. Sem essa ajuda permanente esse país já teria acabado. Não existe inveja alguma em relação a um Estado Colônia, aliás a primeira colônia que ao invés de produzir para sua matriz é sustentada pela mesma. A existência de Israel nas condições de nação com apartheid e segregação étnica, é uma agressão contra os DH, a liberdade e soberania dos povos. Israel desrespeita todas as determinações e resoluções do CS-ONU respaldada pelo veto de sua potência mundial sionisto-imperialista subordinada (EUA). Israel não tem o direito de se escudar e se BLINDAR em seus atos opressivos contra outro povo nativo dessa região, usando o ocorrido contra o povo judeu oriental no Holocausto perpetrado pelos nazistas na ww2. Criticar Israel não é ser antissemita, pois toda critica politica a um regime, neste caso o sionismo, é justa, democrática e pertinente. Não é direito usar o Holocausto, ocorrido com o povo judeu oriental na ww2, que nem sionista era, para se eximir de criticas a título de um pseudo antissemitismo. Curioso e ridículo o trecho de rodapé do autor da reportagem:>>>"Israel não é um paraíso. Longe disso. Seu governo comete abusos que merecem repúdio. Mas, perto da realidade de seus vizinhos islâmicos, o contraste é chocante." <<<< Sim comete MUITOS MAS MUITOS ABUSOS AOS DH DOS PALESTINOS, agravados que isso faz parte da politica oficial do governo e não é nada espontâneo deste ou daquele elemento. Merece repúdio e critica pertinente, sendo que isso não é antissemitismo. Isso é antissionismo. Hoje o que vemos nos noticiários, inclusive do Haaretz israeli, são abusos de autoridade na WB e JO contra os cidadãos palestinos nativos da região, isto dia após dia numa opressão criminosa cuja gravidade e proporção é diluída na midia mundial. Não estou aqui fazendo apologia à destruição de Israel, apesar de condenar a forma como foi formado com uma limpeza étnica de outro povo que habitava o local. Mas sim condenando a má fé dos governos sionistas israelis, especialmente o atual de direita, que dá aval para tudo que é abuso, inclusive a nível interno contra os árabes israelenses, com leis segregadoras e casuístas, procurando com essa política reduzir os direitos destes. Israel só prova boa fé pela paz com o povo árabe nativo (palestinos)se anuir com a formação do Estado Palestino soberano e independente na WB/Gaza e com capital em Jerusalém Oriental. Especialmente se começar a desmontar suas colônias ilegais (assentamentos rsrs) efetuadas com aval e proteção do governo nas áreas palestinas. Caso contrário, qualquer defesa de Israel é conversa mole pra boi dormir. E por aqui encerro minha critica pessoal.
Cordialmente.